O QUE É HOMOFOBIA?
A
homofobia define o ódio, o preconceito, a repugnância que algumas pessoas
nutrem contra os homossexuais. Aqueles que abrigam em sua mente esta fobia
ainda não definiram completamente sua identidade sexual, o que gera dúvidas,
angústias e certa revolta, que são transferidas para os que professam essa
preferência sexual. Muitas vezes isso ocorre no inconsciente destes indivíduos.
Para
reafirmar sua sexualidade e como um mecanismo instintivo de defesa contra
qualquer possibilidade de desenvolver um sentimento diferente por pessoas do
mesmo sexo, os sujeitos tornam-se agressivos e podem até mesmo cometer
assassinatos para se preservarem de qualquer risco. Muitas vezes, porém, a homofobia
parte do próprio homossexual, como um processo de negação de sua sexualidade,
às vezes apenas nos primeiros momentos, outras de uma forma persistente, quando
o indivíduo chega a contrair matrimônio com uma mulher e a formar uma família,
sem jamais assumir sua homossexualidade. Quando este mecanismo se torna consciente,
pode ser elaborado através de uma terapia, que trabalha os conceitos e valores
destes indivíduos com relação à opção homossexual.
O termo
homofobia foi empregado inicialmente em 1971, pelo psicólogo George Weinberg.
Esta palavra, de origem grega, remete a um medo irracional do homossexualismo,
com uma conotação profunda de repulsa, total aversão, mesmo sem motivo
aparente. Trata-se de uma questão enraizada ao racismo e a todo tipo de
preconceito. Este medo passa pelo problema da identificação grupal, ou seja, os
homófobos conformam suas crenças às da maioria e se opõem radicalmente aos que
não se alinham com esses papéis tradicionais que eles desempenham na sociedade,
ainda que apenas na aparência.
Alguns
assimilam a homofobia a um tipo de xenofobia, o terror de tudo que é diferente.
Mas esta concepção não é bem aceita, porque o medo do estranho não é a única
fonte em que os opositores dos homossexuais bebem, pois há também causas
culturais, religiosas – principalmente crenças cristãs (católicas, protestantes),
judias ou muçulmanas -, políticas, ideológicas – grupos de extrema-esquerda e
de extrema direita -, e outras que se entrelaçam igualmente no preconceito.
Geralmente os fundamentalismos não cedem espaço ao homossexualismo. Há, porém,
dentro dos grupos citados, aqueles que defendem e apóiam os direitos dos
homossexuais. Dentro das normas legais, também há variantes, ou seja, há leis
que entre casais do mesmo sexo e casais do sexo oposto se diversificam. E, por
mais estranho que pareça, em pleno século XXI, alguns países aplicam até mesmo
a pena de morte contra homossexuais.
O homófobo
pode reagir perante os homossexuais com calúnias, insultos verbais, gestos, ou
com um convívio social baseado na antipatia e nas ironias, modos mais
disfarçados de se atingir o alvo, sem correr o risco de ser processado, pois
fica difícil nestes casos provar que houve um ato de homofobia. Alguns
movimentos são realizados em código, compartilhados no mundo inteiro pelos
adversários dos homossexuais, tais como assobios, alguns cantos e bater palmas.
Ana Lúcia Santana