domingo, 30 de janeiro de 2011

FELIZ 2011!


Chegamos em  2011


Muitos livros e muitas coisas boas
estão por vir...








A legitimação do livro didático se daria, então, na escola, instituição a quem é atribuída a função de preparar o cidadão para a vida em sociedade [...], os valores que essa sociedade reconhece como seus, ao mesmo tempo em que os constrói. Caberia, pois, à escola definir o que é bom e mau para o aluno, definindo, assim, o que vem a ser um bom ou mau professor, um bom ou mau aluno, o que significa ensinar bem [...] e aprender [...], quais as regras de conduta de uns e de outros, os procedimentos metodológicos e os instrumentos de trabalho do professor, os recortes do conhecimento. São essas ‘regras’, que definem as relações de poder e que subentendem valores tomados como verdades por um dado grupo social, verdades essas que definiriam a ética da escola (CORACINI, 1999. p. 33).


O caráter de autoridade do livro didático encontra sua legitimidade na crença de que ele é depositário de um saber a ser decifrado, pois supõe-se que o livro didático contenha uma verdade sacramentada a ser transmitida e compartilhada. Verdade já dada que o professor, legitimado e institucionalmente autorizado a manejar o livro didático, deve apenas reproduzir, cabendo ao aluno assimilá-la (SOUZA, 1999, p.27).

Com base nos fragmentos em destaque, comento sobre  as relações de poder que determinam os comportamentos presentes na escola e que chegam ao professor e ao aluno através de um discurso legitimado pelo livro didático.            




Para uma escola eficiente é preciso ir além dos livros didáticos. É  desenvolver uma proposta curricular que envolva; motiva e conquista alunos e  educadores.
         Reconhecendo a importância que o insumo livro tem na aprendizagem dos alunos, desde meados da década passada o MEC coordena o maior programa de distribuição de livros didáticos do mundo ocidental, o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).  Dessa O livro didático não pode ser compreendido isoladamente, fora do contexto escolar e social. É um produto cultural - com suas especificidades, é claro - e, portanto, conformado segundo a lógica da escola e da sociedade onde está inserido. Numa sociedade de classes, capitalista, como a brasileira, o LD não poderia fugir à lógica que rege esta sociedade, em que as classes dominantes procuram, não só garantir e ampliar a acumulação de capital (e o LD deve ser visto como atividade econômica que possibilita isso), como também veicular as visões que lhes interessam e neutralizar possíveis oposições.
         É, pois, um equívoco pensar que, só porque o Livro Didático tem estado a serviço do poder e da construção de uma memória oficial, ele deve ser descartado. Nas condições atuais da escola pública brasileira e do professor, em brusco processo de empobrecimento, o livro didático não pode ser descartado com base na suposição (ingênua) de que a escola e o professor terão por si sós, condições teóricas, metodológicas e financeiras para construir algo melhor. Se o professor não tiver uma formação e condições salariais e de exercício profissional adequadas, novos materiais ou linguagens poderão apresentar os mesmos problemas que o livro Didático tradicional.         
         Entretanto, não se deve pensar que, numa escola ideal, (bons e amplos recursos didáticos, boa formação teórica dos professores, salários decentes, alunos em boas condições de estudo), os problemas mais graves do Livro Didático seriam resolvidos. O conhecimento pronto, fragmentado, neutro, sem uma perspectiva de totalidade, temporalidades curtas, episódicas, narrativas lineares, a construção de heróis, a difusão da visão de mundo das classes dominantes, a negação ou depreciação das classes populares, o racismo, o machismo, o individualismo, o nacionalismo, a justificação da desigualdade social, não são particularidades do LD.     O livro didático deve ser compreendido como um dos elementos do processo de ensino-aprendizagem escolar. O seu efeito real, positivo ou negativo, não está apenas no seu conteúdo, mas também no modo de utilizá-lo. As condições de ensino, a formação e remuneração do professor, a integração entre as várias disciplinas, enfim, todos os elementos do processo de ensino-aprendizagem conjugam-se para dar um ou outro sentido ao Livro Didático. Portanto, quando o ensino vai além, é óbvio que o conhecimento ganha vida.

Rosângela Meira
Uesc-  Uab - polo 22
Vitória da conquista



UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC
 FORMAÇÃO DO LEITOR DE LITERATURA
Polo 22 – Vitória da Conquista
Curso: Licenciatura em Letras Vernáculas
 Rosângela Meira de Oliveira








(...) as epopéias cômicas dos dois intelectuais brasileiros não apenas criticam a velha escola; elas denunciam também, por via indireta, as limitações dos novos modelos adotados. Alvarenga e Melo Franco, falando do aqui e agora do leitor, propõem novos padrões de criação e abrem caminho para outro tipo de diálogo entre o escritor e o público, que é leigo e pertence àqueles segmentos resultantes da revolução burguesa na qual apostam ao endossarem as idéias de Pombal (LAJOLO & ZILBERMAN, 2002, p. 38).


A educação compartilha com a fantasia e a literatura a perspectiva utópica a que essas apontam. Etimologicamente, educar é extrair, levar avante, conduzir para fora e para frente. Funda-se, pois, num ideal, o de que é possível mudar a atitude individual e a configuração da sociedade por meio da ação humana. Porque ideal, esse objetivo é seguidamente criticado e até rejeitado. A dificuldade maior, porém, não reside aí, e sim no fato de não vir se concretizando e de estar ameaçado de desaparecimento por obsoleto (ZILBERMAN, 2008, p. 21).

Com base nos fragmentos destacados, apresento argumentos sobre a ineficiência do sistema educacional brasileiro, apesar das constantes modificações e atualizações, no que diz respeito ao tratamento com o literário na escola. 
           


Nos dias atuais, é grande a competitividade de mercado, demonstrando que somente os mais preparados, qualificados acompanham a velocidade das transformações, em seus setores, ocuparão os lugares de destaque no mundo empresarial globalizado.
No segmento da educação não poderia ser diferente, é preciso ter ensino de qualidade, engendrar políticas educacionais leitoras, recursos tecnológicos, valorização e capacitação do professor, gestores comprometidos, que proporcione um resultado que caminhe na velocidade o qual  mundo exige.
Apesar de ter expandido seu sistema educacional em todos os níveis, o Brasil encontra grandes dificuldades em melhorar sua qualidade e eficiência no tratamento literário na escola.
A educação brasileira passou por grandes transformações nas últimas décadas, que tiveram como resultado uma ampliação significativa do número de pessoas que têm acesso a escolas, assim como do nível médio de escolarização e  superior de ensino da população. No entanto, estas transformações não têm sido suficientes para colocar o país no patamar educacional necessário, tanto do ponto de vista da equidade, isto é, da igualdade de oportunidades que a educação deve proporcionar a todos os cidadãos, quanto da competitividade e desempenho, ou seja, da capacidade que o país tem, em seu conjunto, de participar de forma efetiva das novas modalidades de produção e trabalho deste fim de século, altamente dependentes da educação,  da capacidade tecnológica e de pesquisa.
Portanto, ser professor hoje é mediar o conhecimento, é fazer o discente participante do processo de construção do conhecimento, que não está pronto e acabado. Não se pode mais ignorar a deficiência do aluno em relação à leitura, fingindo não ver. O resultado são estudantes aprovados, mas insuficientes na leitura.  Pesquisas realizadas nas escolas brasileiras, mostram que em todos os níveis há alunos com um grau de leitura e interpretação defasado.
         É preciso, retirar a viseira e enxergar o que está acontecendo na leitura dos alunos e trabalhar essas deficiências ao invés de ficarem camuflando resultados, cedo ou tarde eles aparecem, e o que valerá não será somente o resultado final da escola, mas principalmente a percepção da qualidade de ensino.
De acordo, (Darnton, 1992, p. 212), a leitura assumiu muitas formas diferentes entre diferentes grupos sociais e em diferentes épocas. Homens e mulheres leram para salvar suas almas, para melhorar seu comportamento, para consertar suas máquinas, para seduzir enamorados, para tomar conhecimento do de seu tempo, e ainda simplesmente para se divertir. (...) A leitura tem uma história. Não foi sempre e em toda parte a mesma.
Portanto, é precípuo perceber que ler é tão amplo quanto a extensão do mundo. Propiciar ao discente adentrar nesse mundo de sonho, de realidade, de ficção e de alma faz com que todos os professores se sintam mais humanos e conscientes do processo de formação cidadã e de responsabilidade social. Fomentar a leitura em todos os níveis é possibilitar um mundo mais justo, consciente, mais humano e solidário.
        
Rosângela Meira

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